Em visita ao Rio de Janeiro durante esta semana para acompanhar o andamento dos preparativos para conferência mundial do meio-ambiente, a Rio+20, o presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE), senador Fernando Collor (PTB-AL), considerou o resultado extremamente profícuo. Na avaliação do senador, é importante que a conferência resulte no estabelecimento de metas, compromissos, bem como na adoção de uma nova postura frente aos problemas ambientais que o mundo enfrenta. “É necessário pensar o futuro com otimismo, imaginar nossos próximos 20 anos. E fazer com que estes sejam significativamente melhores que os últimos 20”, destacou. Para o senador Fernando Collor, a chamada economia verde, com baixa emissão de carbono e alta inclusão social, no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza, deverá ser um dos temas designados para a Conferência. Ele acredita que a transição do atual modelo produtivo para o modelo de economia verde abre um leque considerável de oportunidades de crescimento sustentável. "É preciso ter muito claro que a crise ambiental afeta principalmente a população menos favorecida. Por outro lado, a transição para a economia verde, de baixo carbono, com crescimento econômico, abrirá oportunidades para todos os países, principalmente os de menor desenvolvimento relativo, uma vez que seus parques industriais ainda não estão completamente instalados e portanto terão seus custos de adaptação reduzidos. As novas indústrias serão já mais eficientes, com menor consumo de energia, de insumos e voltados para um consumidor mais consciente", comentou Collor. O presidente da CRE defendeu ainda uma proposta de que os tratados assinados durante a Rio+20 utilizem um conceito já em uso no campo dos Direitos Humanos, que é a proibição de retrocesso. “Nenhum novo tratado poderá fazer voltar atrás objetivos, metas, direitos enfim, acordados anteriormente”, destacou. Como exemplo o senador Fernando Collor lembrou que o Protocolo de Quioto estabelece metas mandatórias a serem atingidas em determinado prazo no que diz respeito à emissão de gases de efeito estufa. “No entanto, alguns países desenvolvidos, descumpriram os prazos e tentam renegociar o que fora antes pactuado. É o mais impudente retrocesso”, disse. O senador sugeriu ainda que para acelerar estas as mudanças de cultura e de hábitos, deve ser incentivada a utilização intensiva das novas mídias, como internet e a redes sociais, a fim de esclarecer a população sobre seus deveres nesse campo. “Muito se discute sobre os direitos da cidadania, por que não iniciar o debate sobre seus deveres, os deveres de cada um de nós em relação ao exercício de uma cidadania responsável, capaz de dar um alento ao planeta”. Collor lembrou que durante a Cúpula da Terra, realizada em 1992, presidida pelo senador, pôde constatar a dificuldade em superar conceitos arraigados de modo de produção e consumo. Para o presidente da CRE a capacidade de imaginar novos paradigmas de desenvolvimento é bem escassa no cenário internacional. "O Brasil, naquele momento, teve de exercer uma liderança decidida para que se pudesse alcançar êxito, para que fosse adotada a Agenda 21, a Convenção de Biodiversidade, a Convenção sobre Mudanças Climáticas, entre outros textos fundamentais para o Desenvolvimento Sustentável, além da sugestão do Governo brasileiro para que tivesse sede no nosso país organismo internacional com funções de fortalecer a gestão da agenda de Meio Ambiente", recordou o senador. Por fim, por considerar o evento de extrema importância, o senador Fernando Collor disse que todos os eventos ligados à RIO+20 que forem acompanhados pela Subcomissão da CRE serão informados aos demais membros da Comissão detalhadamente.
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