Durante a segunda audiência pública sobre os “Rumos da Política Externa Brasileira”, promovida pela Comissão de Relações Exteriores do Senado Federal, o senador Fernando Collor (PTB) defendeu investimento em educação como forma de o Brasil garantir o seu desenvolvimento econômico e social. No debate desta segunda à noite (15/8), os palestrantes falaram sobre “Os Espaços Econômicos Internacionais” e recomendaram que o Brasil posicionasse a sua economia de forma inovadora e inteligente, para reagir a uma crise que eles acreditam que será duradoura.
Na opinião do senador Fernando Collor, somente por meio da “educação e da inovação tecnológica o Brasil poderá se desenvolver autonomamente”. Ele citou a Coreia do Sul como exemplo de superação, lembrando que o país saiu destroçado de uma guerra na década de 50, mas, graças ao investimento em educação, conseguiu ter o maior número de doutores per capta do mundo. “Hoje você anda pelo mundo e vê os carros coreanos e japoneses tomando conta das ruas”, observou.
O ex-ministro da Fazenda, Marcílio Marques Moreira, um dos palestrantes, concordou com a posição do senador. Ele alertou que o Brasil precisa estar atendo ao "jogo que estamos jogando e como devemos jogá-lo". E disse que "luzes amarelas" já começam a ser vistas em várias partes do mundo, especialmente sobre a prioridade brasileira ao consumo, em detrimento do investimento.
Collor também lembrou que a China, considerada pelos palestrantes como a “fábrica do mundo”, iniciou seu desenvolvimento na década de 70, ainda sob o comando de Deng Xiaoping, que enviou mais de 400 mil jovens chineses para estudar em universidades no exterior. Atualmente, segundo o senador, a presença econômica da China tem se estendido por todos os continentes.
- Dos 54 estados que compõem a África, há investimentos chineses em 48 deles. Não só os recursos são mandados pelo China, mas a mão-de-obra também - comentou.
O senador Fernando Collor disse ainda que a China tem mais de 140 institutos trabalhando e estudando o Brasil, numa clara demonstração de interesse por parte deles em ter uma presença no mundo em busca de mercados e de parcerias.
Por fim, o senador destacou que essa falta de investimentos na educação não é de hoje, mas vem de longa data e que por isso, atualmente, 30% dos empregados nas plataformas da Petrobras são estrangeiros, porque o Brasil não dispõe de mão-de-obra qualificada suficiente para atender a demanda da empresa.
No ano passado, quando presidiu a Comissão de Infraestrutura, Collor promoveu uma série de debates sobre o chamado “apagão de mão-de-obra” e foi constatada que havia realmente uma falta de qualificação profissional no mercado.
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