A Comissão de Relações Exteriores do Senado Federal aprovou, por unanimidade, requerimento de autoria do senador Fernando Collor (PTB), propondo a realização de audiências públicas, divididas em três painéis, para discutir a qualidade dos aviões de combate do Programa de Aquisição de Caças de Superioridade Aérea, conhecido como FX-2. Serão convidados a prestar esclarecimento aos membros da Comissão os representantes das empresas Dassault, da França; Boeing, dos Estados Unidos; e da Saab, da Suécia.
Os parlamentares da CRE vão questionar aos representantes das empresas sobre a qualidade dos aviões, a adequação às especificações do Comando da Aeronáutica, as condições de transferência de tecnologia e as contrapartidas oferecidas. Ao justificar o requerimento, o presidente da CRE, senador Fernando Collor, lembrou que o Governo adiou o anúncio da empresa vencedora por contenção de despesas, mas destacou que a frota atual encontra-se ao final do seu ciclo de vida útil.
Para o senador, a participação da Comissão de Relações Exteriores do Senado Federal nas discussões deve contribuir para melhor compreensão e esclarecimento da sociedade das propostas apresentadas pelas empresas, os benefícios para a indústria nacional e os custos e os custos de operação que deverão ser arcados pela FAB e custeados pelo orçamento da União.
Na avaliação do senador Collor é importante que a sociedade procure informações sobre o tema, tendo em vista sua importância para segurança nacional.
- A frota de caças de superioridade aérea da Força Aérea Brasileira, como se sabe, está ao final de seu ciclo de vida útil. Ciente disto, sucessivas administrações promoveram licitações internacionais para a escolha de uma aeronave de combate adequada para atender às exigências de defesa do espaço aéreo do brasileiro, garantindo a soberania aérea sobre suas dimensões continentais e um extenso mar territorial, acrescido agora das responsabilidades advindas da segurança da área do pré-sal – afirmou.
Collor destacou ainda que a decisão da aquisição dos caças, determinará as características e capacidade operacional da Força Aérea Brasileira pelos próximos trinta anos, com consequências também para o desenvolvimento tecnológico da indústria nacional, não só no campo aeronáutico, mas igualmente no eletrônico e no de armamentos. O senador entende que o ciclo de audiências públicas poderá ser importante para que a sociedade passe a entender melhor sobre o assunto por meio dos debates promovidos pelo Senado Federal. "É um tema que muitas vezes escapa à compreensão de nossos eleitores, principalmente em razão de ser tratado com exclusividade em meios técnicos, quando na verdade afeta a toda a sociedade", argumentou. A data para a realização dos painéis ainda não foi marcada porque depende da agenda dos representantes das empresas envolvidas na licitação dos aviões.
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