quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Pronunciamento de Collor desmascara mais uma vez Roberto Gurgel



Primeiro a discursar em Plenário nesta segunda-feira (27), o senador Fernando Collor (PTB-AL) voltou a dirigir críticas ao desempenho de Roberto Gurgel no cargo de procurador-geral da República. O senador acusou o chefe do Ministério Público da União de cometer diversos crimes e irregularidades: prevaricação, improbidade administrativa, crime de responsabilidade e chantagem. Segundo Collor, Roberto Gurgel prevaricou por ter demorado mais de dois anos para adotar qualquer medida em relação à operação Vegas, da Polícia Federal, anterior à operação Monte Carlo e também voltada às ações de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Para o senador, a falta de ação de Gurgel favoreceu a organização criminosa comandada por Cachoeira, que continuou em ação, e influenciou o resultado das eleições gerais de 2010 no estado de Goiás, nas quais Marconi Perillo (PSDB) foi reeleito governador.
- Conforme reconheceu, em depoimento na CPI no dia 12 de junho deste ano, o próprio governador Marconi Perillo, ao ser questionado exatamente sobre essa possibilidade. Ele disse: “Sim, se essa operação tivesse sido desvelada antes das eleições, o resultado em Goiás das eleições em 2010 teriam sido diferentes” – relatou Collor.
O parlamentar afirmou ser imperiosa a convocação de Gurgel para prestar depoimento à CPI do Cachoeira, para explicar “todos os fatos, atos e os não atos que estão vindo à luz e que dizem respeito à sua conduta como chefe maior do Ministério Público”. Collor informou ainda ter protocolado seis representações contra o procurador geral e contra a subprocuradora Cláudia Sampaio Marques, esposa de Gurgel. Segundo ela, disse Collor, a decisão de sobrestar o inquérito da operação Vegas teria sido tomada por ela e pelo procurador-geral em conjunto com o delegado da Polícia Federal Raul Alexandre Marques de Souza, responsável pela operação.
- É lamentável ter que afirmar isto da tribuna do Senado, mas a subprocuradora-geral da República, doutora Claudia Sampaio Marques, igualmente ao seu marido, mentiu quando fez essa afirmação – declarou o senador ao lembrar que o próprio delgado desmentiu essa afirmação em depoimento à CPI.
Collor afirmou que, depois de receber o inquérito da Vegas, a obrigação de Gurgel era a arquivar o processo ou pedir novas diligências ou apresentar denúncia à Justiça. Entretanto, disse o senador, o procurador não tomou nenhuma dessas atitudes em tempo hábil. Collor ainda acusou Gurgel de ter chegado a chantagear o então senador Demóstenes Torres (GO), que acabou cassado por envolvimento com as atividades de Cachoeira.


Revista Veja

Collor também afirmou que, em depoimento recente à CPI do Cachoeira, dois procuradores deixaram claro haver indícios do envolvimento de jornalistas da revista Veja com a organização criminosa de Cachoeira.
- Como atestaram os dois procuradores, essa organização criminosa, que atua ‘armada’ e é ‘altamente sofisticada, complexa e ousada’, vem atuando à margem da lei há mais de uma década e, vejam, coincidentemente, o mesmo período de convivência e troca de favores entre o jornalista da Veja, Policarpo Júnior, e o senhor Carlinhos Cachoeira, com o claro conhecimento do editor e presidente do Conselho Editorial da Editora Abril, Roberto Civita – afirmou.
O senador chegou a ler trechos de interceptação telefônica que comprovaria a troca de favores entre o jornalista Policarpo Júnior e Cachoeira. Collor defendeu a criação de duas novas CPIs para investigar essas suspeitas.
- Por tudo isso, tenho certeza: quando o senhor Roberto Gurgel Santos, sua esposa, Cláudia Sampaio Marques, o senhor Roberto Civita, o senhor Policarpo Júnior, além dos demais servidores da revista Veja, como o borrador Lauro Jardim e os rabiscadores Hugo Marques, Rodrigo Rangel e Gustavo Ribeiro, quando todos eles vierem depor na CPI e tiverem seus sigilos telefônicos e de mensagens quebrados, teremos, então, provas mais do que suficientes para, quem sabe até, criarmos novas CPIs: a CPI do Gurgel e a CPI da Veja – concluiu Collor.

Agência Senado

Leia o pronunciamento na íntegra, clicando aqui.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

CPMI decidirá sobre temas polêmicos na reunião de hoje

Estão na pauta de deliberações, entre outros pontos, a criação de sub-relatorias; a convocação do diretor da revista Veja em Brasília; e a reconvocação do governador de Goiás.
Gastão
CPI/CPMI - cpmi do cachoeira - selo da CPMI
A CPMI vai debater a possibilidade de questionar os convocados que ficam em silêncio por terem habeas corpus.
Os integrantes da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira deverão tratar de temas polêmicos na reunião de hoje. A criação de sub-relatorias e a possibilidade de fazer questionamentos diante do silêncio de convocados munidos de habeas corpus são dois assuntos que já renderam longos debates e que voltarão à tona. Mais de 200 requerimentos constam da pauta de deliberações da CPMI, que trata das relações do contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com agentes públicos e privados. A pressão pela divisão dos trabalhos em sub-relatorias vem aumentando a cada encontro do colegiado. O senador Pedro Taques (PDT-MT), por exemplo, já se levantou em defesa de uma votação sobre o tema. “Isso não pode ser uma palavra suprema do relator. Precisa ser decidido pelo colegiado e, de forma democrática, colhem-se os votos favoráveis e contrários”, argumentou.
Sobrecarga de trabalho 

Para o deputado Rubens Bueno (PPS-PR), a criação das sub-relatorias é necessária principalmente devido ao grande volume de informações manipuladas pelos parlamentares. “Há sobrecarga de trabalho, e estamos informando, em respeito ao relator, que ele indique os sub-relatores, para que haja racionalidade nas nossas atividades”, defendeu. Diante das manifestações, o presidente da CPMI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), assumiu o compromisso de avaliar o assunto na terça-feira: “Nós haveremos de discutir de forma colegiada, como tem sido a tônica desta CPI em todos os seus momentos, sem arredar o pé um milímetro que seja, na reunião do dia 14.”


Requerimentos


Estão pendentes de análise cerca de 350 requerimentos, mas ainda não se sabe quais serão colocados em votação pelo relator. Entre os requerimentos apresentados estão:

• do senador Fernando Collor (PTB-AL): convite ao juiz Alderico Rocha Santos para que possa esclarecer as denúncias de chantagem que teria recebido da atual mulher de Cachoeira, Andressa Mendonça. O senador também pede as convocações do jornalista da revista Veja Policarpo Júnior, do presidente do grupo editorial Abril, responsável pela publicação da revista, Roberto Civita, e do procurador-geral da República, Roberto Gurgel;


• do senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP): reconvocação do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). O pedido é baseado em denúncia da revista Época de que o governador teria recebido propina para liberar pagamentos do governo do estado à empreiteira Delta. O negócio teria ocorrido por meio da venda da antiga casa de Perillo, onde Cachoeira foi preso pela Polícia Federal;

• Do deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP): convocação do ex-governador de Goiás Iris Rezende, acusado de receber R$ 2 milhões do contraventor para campanha ao governo estadual em 2010. O deputado também pede a convocação de Sodino Vieira de Carvalho, coordenador-geral da campanha da Iris;
• do deputado Luiz Pitiman (PMDB-DF): requer a divisão da investigação parlamentar em cinco sub-relatorias temáticas;
• do deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ): convocação do governador do Tocantins, Siqueira Campos (PSDB), para explicar recente matéria publicada pela Folha de S.Paulomostrando que quase metade dos recursos financeiros recebidos pelo comitê do PSDB daquele estado, na eleição de 2010, veio de empresários ligados a Cachoeira;
• do deputado Filipe Pereira (PSC-RJ): convocação do governador do Mato Grosso, Silval Barbosa (PMDB). Escutas da Polícia Federal demonstraram que Carlinhos Cachoeira tinha interesse em assumir o controle da loteria estadual. O deputado fluminense também é autor de outro requerimento chamando o governador do Mato Grosso do Sul, André Puccinelli. A justificativa é a de que a Delta tem “milhões em negócios em obras estaduais, federais e licitações de prestação de serviços” naquela unidade da federação;
• do deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP): requer a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) Luiz Antônio Pagot;
• dos deputados Odair Cunha (PT-MG) e Vanderlei Macris (PSDB-SP): convocação de Marcus Teixeira Barbosa, acusado pelo contador Rubmaier Ferreira de Carvalho de usar o nome dele indevidamente para abertura de empresas fantasmas. Rubmaier prestou depoimento na quarta-feira (8) à CPI.
Da Redação/NA
Com informações da Agência Senado

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Collor volta a pedir convocação do procurador-geral e jornalista da Veja na CPI do Cachoeira


Em discurso no Plenário, nesta sexta-feira (10), o senador Fernando Collor (PTB-AL) pediu a aprovação de requerimentos de sua autoria que convocam o procurador-geral de República, Roberto Gurgel Santos, a subprocuradora-geral Cláudia Sampaio Marques, esposa de Gurgel, e o jornalista editor da revista Veja em Brasília, Policarpo Júnior, para deporem na CPI do Cachoeira. A comissão se reúne na próxima terça-feira (dia 14) para votar requerimentos. Collor também requer a convocação dos procuradores da República Daniel de Resende Salgado e Léa Batista de Oliveira; do presidente e editor do grupo Abril, Roberto Civita; e dos funcionários da revista Veja Lauro Jardim, Gustavo Ribeiro e Rodrigo Rangel. O senador informou que os requerimentos foram apresentados no início das atividades da comissão e, para ele, não podem mais ter a votação adiada. Na opinião de Fernando Collor, a CPI não deve atuar com limitação de foco e investigar apenas alguns ramos da rede de relacionamento de Carlos Cachoeira. O senador afirmou que as relações entre o contraventor com setores do Ministério Público e da imprensa são “mais perniciosas do que se imagina”. Para ele, as investigações precisam atender aos interesses da sociedade e não aos de grupos midiáticos.
- Precisamos de uma verdade definitiva sobre todo esse conluio de autoridades e jornalistas que se emaranharam, que se mesclaram, que se misturaram com criminosos, tornando-se também criminosos. E essa verdade, essa rede completa de intrigas e crimes, somente virá à tona se a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito for capaz de ampliar seus horizontes de investigação, começando por ter a coragem, sem medo, de trazer o testemunho pessoal e as informações de que dispõem os membros do Ministério Público, especialmente o de seu comandante, e os ditos servidores da revista Veja envolvidos em toda esta grande tramóia, que é a organização criminosa investigada, disse Fernando Collor. Em aparte, a senadora Ana Amélia (PP-RS) ressaltou que a prática de alguns membros da Justiça e da imprensa não deve afetar a imagem dessas instituições. Na avaliação dela, a imprensa e o Ministério Público contribuem para a consolidação da democracia no país.
- Casos isolados não podem contaminar e nem prejudicar a imagem de duas instituições que têm contribuído, sim, para o país evoluir, ampliar a democracia e consolidar os princípios democráticos: a instituição da imprensa, mídia de um modo geral, e o Ministério Público como instituição. São dois pilares fundamentais para a democracia, observou Ana Amélia.

Agência Senado

Confira o pronunciamento nos vídeos a seguir: